quinta-feira, 2 de abril de 2009

9-10/01/1993 3:28am Altos e baixos da equitação

É tarde!
É sempre tarde.
Tarde demais para tudo.
Pensava que finalmente te tinha.
Pensava que finalmente eras meu.
mas enganei-me,
não és!
Não és, nem podes ser
enquanto tu não lutares.
Não queres lutar.
Não tens força
e rejeitas a que te dão.
Talvez me tenha enganado mesmo.
Mas em relação a tudo.
Ao amor,
nosso, único,
que pensava existir.
Sinto-me sozinha,
perdida sem ti.
Julgas-me forte
mas basta uma ligeira brisa
para me derrubar.
Tento agarrar a tua mão
mas tu nem te mexes.
Estou no meio do nada
estupidamente inerte,
mas também não tenho para onde me dirigir.
Preciso de ti
mas tu não estás.
Nunca estás.
Desligas-te
quando ultrapassas os teus problemas
ou estupidamente,
quando te submetes outra vez...
E eu?
Fico à espera.
À espera que te queiras erguer
para me pedires uma mão
e eu entregar-me toda.
Resume-se tudo a isto:
Tu existes,
eu apenas sou a tua sombra.
Não pensas que a tua sombra
talvez esteja exausta de te seguir
e queira se pegar ao teu corpo.
Não crês que a tua sombra
talvez pense,
talvez sinta,
talvez ame.
Ama muito!...
Mas quer ser mais que a tua sombra.
Quer fazer parte do teu amanhecer,
quer ser o teu viver,
quer ser a tua droga.
Mas não,
não pode ser.
Não estás preparado.
Não podes.
Dou tudo por tudo para te ter,
luto contra tudo e todos,
nada nem ninguém me impede...
apenas tu!
Sofro por não te ter fisicamente.
Sofro por medo de nem por pensamento te ter
ou por saber que sem ti não vou ser nada.
Não vou conseguir.
Queria que por uma vez pensásses em mim.
Não sou um monte de aço,
forte, indestrutível.
Sou uma pena que o vento leva
e que o fogo queima e destrói.
Choro por não te ter,
por não quereres saber.
Não te preocupas comigo,
não queres saber
e eu sinto ódio.
Para mim há uma vida,
uma razão de viver
e uma maneira de viver.
Eu luto pela que mais quero,
a que anseio um dia ser.
Luto pela razão de viver...
Mas não queres
e eu já destruí a maneira de viver.
Eu não quero essa maneira de viver.
E sem ti, eu não tenho,
nem maneira nem razão de viver.

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