sexta-feira, 12 de junho de 2009

10/09/1994 3:12pm Inacabado

Penso ser o correcto.
Ir de encontro às coisas que não podemos assumir.
Quando cá dentro nada se consegue tirar,
não fingir um sentimento que não existe.
Penso ser o correcto...
não magoar.
Não andar...

21/07/1994 10:15pm pequenina

Queria ser pequenina.
Queria sentir abraços, carinho.
Queria ser pequenina.
Queria que me desculpassem de todos os meus erros...
não foram por mal,
não foram mal intencionados.
Queria ser pequenina.
Queria os meus pais para sempre comigo.
Queria ser pequenina.
Que alguém me proteja.

pausa

1/06/1994 11:05am

Como posso me rir,
como posso viver feliz,
se para sempre me há-de faltar
o que nunca mais pode voltar.
Como posso me rir
sabendo que não estou feliz
pois para sempre me há-de faltar
o que nunca mais pode voltar.
Como posso me rir,
viver um amor feliz,
se já não tenho
o que sempre nunca me faltou
mas que foi embora e não voltou
e não volta mais?!!!

1/06/1994 10:58am

Porquê preocupar-me
o que (os filhos da puta)
possam dizer de mim,
quando sei que o fazem por trás
e que nunca poderei saber,
se o fazem ou não,
o que dizem ou não.
Então que tal,
desligar-me de uma vez
para nunca mais me preocupar
com o que os outros possam falar?

1/06/1994 10:50am Confusão

Como é que eu posso,
como é que eu posso ser feliz
se até ao fim dos meus dias
há-de algo me faltar.
Hei-de ter sempre a saudade
de quem mais gosto, que foi embora
e cada vez que os dias passarem
outros alguém que me são queridos
também se irão embora
e eu nunca poderei ser feliz.

10/05/1994 10:02 Para o meu mano Paulo

Às vezes tenho mesmo que chorar,
tenho mesmo que explodir,
de raiva por nada poder fazer.
O vazio que sinto dentro de mim,
é tão grande que me enche a alma,
de um vazio enorme,
enorme vazio!
É uma dor não física,
mas que dói mais que qualquer espada cravada no peito.
Dói mais que qualquer queda que damos nesta vida.
Dói porque, tu, eu, nós, ninguém, pode fazer nada.
Ninguém pode modificar algo sem retorno.
Ninguém sabe como fazer voltar
e só por isso, a saudade aumenta.
Só de pensar em todos os anos que tenho pela frente,
sem o ver,
aperta-me uma saudade enorme, infinita
e um vazio, finito por eu mesmo o ser,
e infinito numa existência em que ninguém sabe, onde está o fim?!!
E num medo asfixiador, da morte,
espero pelo dia em que eu o possa abraçar,
se o que eu penso acreditar,
realmente acontecer!!!

29/05/1994 3:e tal pm

Aflige-me pensar
que um dia possa estar
aqui onde estou
mas à minha volta
apenas recordações do que passou.
Sem a minha mãe,
sem o meu pai
e sem nada poder fazer
a não ser, continuar a viver
suspirando de vez em quando um "ai",
de tristeza, de solidão
que me vão enchendo o coração,
de saudade...
daquela idade.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

10/05/1994 0:10am Oreganão

Não sinto nada,
não consigo sentir nada.
As coisas, os acontecimentos,
não me parecem reais
passando-me tudo ao lado.
Não sei porquê
e, não sei também,
porque não consigo me libertar.
Nada me escapa do que me rodeia.
Não consigo me abstrair de nada
ou apenas concentrar numa coisa.
É escusado tentar.
Mesmo aqui a escrever
sinto tudo
e vejo tudo,
o que a minha irmã fez assim que chegou a casa.
(Nada de especial, a bem dizer).
Não me apeteceu falar.
Não me apetece nada.
Não tenho vontade de nada.
E mesmo andando numa angústia,
mesmo estando angustiada...
eu não sinto essa angústia.

9/05/1994 – 23:45 ñ posso "nomear" mas exigi mt?! Até tinha tudo mas procurava 1 ot Né!!

...que gostes de ‘tar comigo.
...que gostes de falar comigo.
...que gostes de ir curtir para o Bairro comigo.
...mas também queria que gostásses de mim!

23:47

...que gostásses de me cheirar.
...que gostásses de me tocar.
...que gostásses de me sentir.
...que gostásses realmente de mim!

23:51

...que gostásses, ter-me para ti.
...que gostásses, que eu fosse tua.
...que gostásses, fazer tudo comigo.
...mas que gostásses apenas de olhar!

23:56

...que me quizesses como quem quer muito.
...como quem quer e não quer perder.
...como quem não deixa ninguém mexer.
...por me proteger!
E nada disto tu sentes ou dizes ter.

Será que eu peço muito?!...

7/05/1994 2:54pm Paulo Branco

O meu amor foi-se embora
e eu não sei o que fazer.
Não, não sei.
Só sei que tenho que chorar,
deixem-me chorar.
Talvez me sentisse bem
se só tivesse que chorar.
Agora que te perdi,
perdi o melhor amigo
que alguma vez conheci.
Agora que me apercebi
faz-me ficar tão mal por dentro.
Sim, tenho de chorar.
Deixem-me chorar,
chorar e chorar.
Agora que eu te perdi,
perdi o melhor amigo,
que alguma vez alguém teve.
Agora que me apercebi
faz-me ficar com raiva
e eu digo-vos,
o meu amor foi embora
e eu não sei o que fazer.
Não sei, eu não sei.
tenho de chorar.
Deixem-me chorar.
Eu sentir-me-ia um pouco melhor.
Deixem-me chorar.

7/05/1994 2:33 p.m. I can't find no love

Terras pequenas,
terras distantes,
que ninguém consegue descobrir,
que ninguém colhe
como quem colhe uma rara flor.
Aqui não!
Aqui não encontro amor,
não encontro simpatia.
Que espécie de amor
é que eles têm para mim?
Eu vou à minha maneira,
caminho para a felicidade
onde eu me possa encontrar
e alguma paz e descanso também.
Quando falo dos meus problemas
toda eu sinto medo das coisas tristes.
Nem todos parecem perceber.
Nem todos parecem preocupar-se.
Nem todos sentem o mesmo medo.
Talvez esteja bem assim.
Eu tenho de as tirar de mim.
Com ajuda ou sem ajuda,
sou eu que procuro a minha liberdade.
Não consigo encontrar amor,
nem simpatia.
Mas vou no meu caminho,
rumo à felicidade.
Onde possa encontrar
a minha paz, o meu descanso.

3/05/1994 11:00am

Sinto por vezes uma grande confusão.
Como se não soubesse pensar,
como se não soubesse nada!
Sinto todas as minhas vontades
(se ainda as tiver)
numa confusão,
numa mistura infinda
e eu não as sabendo separar.
Mas quem sou eu para saber alguma coisa?
Cada vez me assusto mais ao me aperceber,
de quão pequena sou,
num mundo enorme,
dominado por monstros enormes
e quem sou eu para ter algum poder de decisão?
Sinto-me impotente para tudo!
Aliás, não me sinto nada...
Penso-me muito!
E será por me pensar muito,
que me confundo,
que me perco,
cada vez pensando mais,
cada vez sentindo menos?
Àz vezes já não sei o que fazer.
Queria apenas parar de pensar
e numa calma, não ansiosa,
lentamente tentar sentir,
pois até as emoções já não as sinto...
Penso-as!!!

Maio 1994

Sinto-me completar-me todos os dias que passo.
Constantemente apreendendo reacções, actitudes, conhecimentos.
Tudo que completa o meu comportamento humano.
Esse comportamento egoísta, mesquinho, provocador, maldoso,
que todos os Homens têm e que os torna animais,
desumanos para eles próprios
quanto mais para aqueles que não lhes dizem nada.
Todos os dias descubro nos outros,
ou em mim,
comportamentos totalmente novos,
para mim.
Não por uma questão de ingenuidade,
mas por serem tão subtís
(devido à maldade que contêm isso mesmo implicar),
tão camuflados,
que só mesmo numa imparcialidade desmedida,
de 1000 observações por milésima de segundo,
porque se quer estar totalmente por fora,
consigo ver o que se esconde por trás de uma acção.
A intenção!!!
A intenção que está no que se diz,
no que se pergunta,
no que se faz
e podem ser tão mesquinhos!

terça-feira, 9 de junho de 2009

26/04/1994 10:58pm Saudades

Paulo, querido Paulo,
quem te levou?
Quem te tirou de mim,
quem te abraçou?
Foram elas, as traiçoeiras,
foram elas, tão certeira.
O que te consumiu,
que te afastou de nós.
Levou-te numa loucura,
ouvias uma outra voz.
Paulo, querido Paulo,
quem te levou?
Quem te tirou de mim,
quem te abraçou?
Foi a morte que te esperava,
era a morte que te abraçava
e eu não fiz nada,
não pude fazer nada
e agora já é tarde
e eu morro de raiva por dentro por não ter feito nada.
Paulo, querido Paulo,
quem te levou?
Quem te tirou de mim,
quem te abraçou?!

15/03/1994 12:02pm Nós!

... e por exemplo...
porque havemos nós,
de sermos como não somos,
só para iludirmos alguém
e acabarmos por nos iludirmos a nós?

9/03/1994 11:14am Espontaneidade

Sinto-me representar
pois tudo o que digo ou faço
foi pensado antes soando tudo muito a falso.
No entanto é espontâneo,
só que não o é,
mesmo saíndo de mim em primeira mão.
O que agora é espontâneo em mim,
é o pensar primeiro,
e só depois,
o que sai de mim.
E é aí que digo que saio e não consigo voltar,
pois perco-me.
Não quero agir tendo a sensação de tudo ter planeado antes
e perco-me por não querer ser assim
e já não conseguir voltar
pois o que devia sair espontaneamente já não o sai
e o pensamento, esse, é tão espontâneo em mim!!!

8/03/1994 11:11am Porquê?

Não sei o que sinto,
não sei o quero,
não sei o que pensar.
Sinto-me confusa,
não me percebo.
Às vezes penso que não tenho sentimento algum dentro de mim.
Estou constantemente a pensar,
o que me faz crer,
que a nada me consigo prender.
Nada sinto real e no entanto,
estão bem presentes pois nunca os consigo ignorar.
Mas porquê com ele?
Porquê com alguém com quem me sinto bem...

2/03/1994 7:01pm Hum... I see...

Posso 1 dia mais tarde ler,
posso até nem compreender,
mas agora,
por agora,
é o que sinto,
é o que quero,
é o que tenho.
Tenho e não quero perder.
Mesmo que 1 dia me venha a rir de tudo,
hoje não quero perder!

24/02/1994 – 0:50 K e muito "óreganos"

Sinto-me deslocada
Todos aqueles que me rodeiam,
Perdem o significado ao pé de ti

...

Eu não consigo!
Já não consigo ser eu.
Digo eu,
pois tudo o que digo é pensado primeiro não conseguindo ser natural.
Não para os outros mas para mim.
E, se eu, do que sai de mim não sei o que é verdade...
então não me conheço ou, não sou eu.
E tudo, por medo de não me aceitarem,
E me gozem,
E me ridicularizem
E o façam pelas costas,
Sem hipótese de me defender.
Apenas me quero defender das mentiras.
A verdade, boa ou má
Não interessa.
Se é, é porque eu assim a quis ou fiz.
E, é por isso que preciso de um tal tempo
Um tempo para ‘tar comigo,
Um tempo para me encontrar.
Um tempo para me descobrir,
Um tempo para ser eu.
Dizes que não me ajudas
Ou que não quero a tua ajuda.
Só não me ajudas
Por não o fazeres.
Não basta uma simples palavra
Para todas as dúvidas desaparecerem.
Se calhar é preciso muito mais.
Se calhar eu preciso muito mais.
E também preciso de ti.
As dúvidas desaparecem
Quando tudo fica mais claro.
Quando do teu lado não as há,
Tens mais força para me ajudar
E tens mais poder para me fazer acreditar.
Acredita “querido”
Muito está por tua decisão
Vamos ser cúmplices no nosso jogo,
E não deixarmos,
Nada nem ninguém,
Apagar o nosso sonho,
As nossas vontades
Amo-te!

9/02/1994 2:26pm K Só tu sabes!

Só tu sabes onde me encontrar.
Só tu sabes como me procurar.
Só tu tens o dom de me encantar,
com palavras meigas, que por medo,
penso serem para me enganar.
Só tu conheces a fórmula,
para mexer comigo,
para me pôr louca,
sem saber o que dizer,
sem saber o que fazer.
Só te querendo a ti!

8/02/1994 12:10pm

Agarra-me! Leva-me contigo.
Rouba-me de mim, sem o medo que eu me perca.
Nada vejo no caminho, por passar por tantos outros.
Ainda que nada me digam.
E sem pensar que algo me surpreende,
Leva-me para dentro de ti.
Descobrindo-te... Todo tu que me fascinas.
Olhando-te com admiração por pensar que não te tinha.

Adorando-te, por seres meu.
Diante do teu ser, sentindo-me Eu.
O que acontece por me fazeres sentir bem, feliz.
Retorno a mim, apenas com a consciência do que passei.
O que foi bom e me fez querer voltar.
-
Toma-me todo o meu tempo, tentando ser tua.
E é quando eu me consigo sentir louca.
(não para ser mas por tu achares!).

8/02/1994 12:01pm Inevitavelmente

A morte...
inevitalvelmente chegará.
Todos os medos que tenho, são em vão.
Nada posso fazer para evitar que venha.
Não posso alterar
nem fugir-lhe quando chegar.
Tudo o que posso fazer
já que o risco me atrai,
é não passar o limite.
Pois é estranho,
o medo que me assola.
Tenho tanto medo dela
e há tanta coisa que mata,
que só por não ser instantâneo,
só por ser a longo prazo...
eu não as deixo.
... e elas vão-me consumindo.
E tantos limites a que já fui
(não muitos num absoluto,
mas tantos para a minha reles existência)
que fácil será pisar o risco!
E quando ela vier,
há-de ser quando ela quiser,
há-de ser como ela quiser.
Então porquê perder o tempo
a ter medo??

3/02/1994 9:56am K

Agarra-me!
Embala-me e adormece-me.
Entonteces-me com o teu cheiro quente.
Embriagas o meu ser
Só com um olhar,
só com um sorriso (torto) teu.

3/02/1994 9:53am

Nós caminhamos para a consciência da realidade
mas cada vez mais caminhamos para a fantasia!
Tentando chegar ao absoluto?!?!?!!

14/12/1993 10:52am Óreganos, ai óreganos.

Às vezes perco o controlo de mim
e a personalidade dos outros,
torna a minha quase nula.
Não me consigo impor, afirmar
e então sinto-me inferior, a todos aqueles cuja personalidade sobressai.
Mas eu é que o deixo acontecer.
Deixo que os pensamentos dos outros valham mais que um pensamento meu
e sinto-me pequenina e frágil
e fico nervosa tentando-me controlar
e entro em desespero!
Perdi-me e já não me consigo encontrar.
Mas porquê?
Porquê incomodar-me o que possam pensar de mim?
Com ele sinto-me protegida,
sinto que ele pode, quer e consegue me proteger!
Mas para ele, também às vezes me sinto pequena.
Não por ele assim me fazer sentir,
mas porque o que dantes fazia por gozo,
fazendo-o por necessidade,
torna-me vulnerável
e é por isso que quero parar!
Mas quando e ainda o faço por gozo,
consigo-me divertir, ser eu e sinto-me feliz.
Não uma felicidade ilusória
pois sei que o que estou a passar
é real, é verdadeiro.
É um momento meu.
É um momento dele.
No fim,
são muitos momentos nossos!